segunda-feira, 29 de julho de 2013

Falta de assunto, literatura e religião!

Eu andei escrevendo tanto que estou sem ideias para escrever. Há tanto a se dizer sobre nossos problemas, mas meu problema agora é o que e como dizer. E a falta de assunto já virou post!
                Sou exímia observadora de pessoas. Eu adoro andar por aí observando pessoas, até mesmo quando elas observam pessoas, mas não me sinto à vontade ao me sentir sendo observada.
                No último final de semana, tive mais uma experiência observadora. Há dois anos meu carro virou extensão da minha casa, porque é usado em todos os momentos quando não estou em casa ou no trabalho. Mas larguei o carro em casa (por livre e espontânea pressão) para encarar o transporte público (o paraíso dos observadores!).
                Que saudades do meu tempo de trenzão! Eu ouvia as conversas mais insanas, observava as pessoas e, de quebra, lia muito. Agora vejo a vida passar pelos retrovisores, ô tristeza!
                Uma coisa que eu gosto muito de perceber é o que as pessoas fazem no transporte público para passar o tempo (já que na Grande SP se leva e média 2h para ir ou voltar do trabalho).
                 Para minha surpresa (e tristeza!) o trem estava vazio. Mas mesmo assim iniciei meu trabalho de observação, no vagão em que eu estava havia duas pessoas lendo o novo Dan Brown “Inferno”, eram um homem e uma mulher. Muita gente acessando o Facebook. Muita gente ouvindo música. Pouca gente conversando. Muita gente dormindo.
                Muita mulher de saia jeans, com meia calça grossa num frio de 10˚C. Em minha opinião loucura, mas na realidade evangélicas. Como eu sei? Observando os estereótipos. A gente julga uma pessoa pela aparência, não adianta dizer que não. Mas a melhor coisa foi ver duas delas lendo, nada mais nada menos, que “50 tons de cinza” (me surpreendi agora achando link em português criado pela editora brasileira!).
                Sempre houve uma baita discussão sobre quem seria o público deste livro. Uns dizem que são as mulheres casadas há muito tempo e que não tem mais todo aquele sexo do começo do relacionamento, outros que são as reprimidas que não tem coragem de fazer sexo selvagem. Mas eu já vi muita gente ler por curiosidade, gostar e não gostar. Confesso que eu tive curiosidade, mas ao ler a sinopse a perdi!
                A leitura e o gosto literário são pessoais demais. Eu seleciono o que leio pelas sinopses, às vezes me arrependo, outras me surpreendo.  Nem sempre estou aberta a indicações, até ouço, mas ter coragem é outra coisa. Mas aí está a dúvida, o que os “50 tons...” têm para atrair tanta gente? Não são somente as mulheres, são homens, gays, adolescentes (que mal iniciaram a vida sexual)... Temos uma legião de fãs de E. L. James por aí, com direito a trilogia literária e adaptação para o cinema!
                Desde meus tempos de faculdade, identifico Dan Brown como leitura de transporte público por causa da febre que “O código Da Vinci” causou. De dez pessoas que você visse com um livro, oito liam este livro. Tive curiosidade, mas não consegui passar da primeira página.

                 E eu que não tinha assunto pra escrever...