domingo, 30 de março de 2014

Sobre as águas de março, balanço de 2013 e a moda selfie


Já estamos no fim do terceiro mês do ano e acredito que todos os zilhões de blogueiras do universo on-line já fizeram o balanço de 2013. Devem ter feito seus posts com os prós e contras do ano passado, com uma linguagem bem legal e clara, sem serem saudosistas ou pedantes... Claro que admiro esse pessoal organizado, que já em dezembro, ou nos primeiros dias desse ano já tinham suas ideias e até o texto pronto. E infelizmente, eu não sou assim.

O meu ritmo é mais brando e meu timing para as coisas é diferente. Por exemplo, sinto que o ano só começa mesmo em março. Não por causa dos feriados e carnaval, mas por causa da mudança da estação. Com o fim do verão e a chegada do outono, as coisas ficam sérias.

O mês de janeiro ainda lembra o ano anterior porque te obriga a dar uma trégua de toda a correria passada. Em fevereiro você paga as contas mais pesadas, renova seguros e resolve coisas com o banco.  E decide outros eteceteras que envolvem dinheiro. 

Então chega março e tudo muda. Com o outono o ano se solidifica e o clima se refresca. A chuva lava os resquícios das canseiras antigas, e te prepara para novas lutas e correrias. Como diz a música: “É a chuva chovendo, é conversa ribeira / Das águas de março, é o fim da canseira” – a famosa obra de Tom Jobim...

Não sou assim tão fã de MPB, mas a canção “Águas de março” mexe com a poesia  que há em mim...

Americanos e britânicos dividem o ano de acordo com as estações e não pelos meses. E claro, a estação mais esperada para eles é a primavera, por causa do clima leve e da libertação da neve. Diferente do Brasil, onde a maioria das pessoas concentra todas as expectativas, compras e hipocrisias no mês dezembro. Sei que em dezembro os bolsos dos brasileiros estão com mais dinheirinhos e as férias estão próximas, mas não entendo toda a histeria do natal e réveillon.

Continuando o balanço, 2013 foi um ano muito bom, por causa das pessoas e livros.  Há uma frase (não me recordo o autor) que diz que de tudo o que se passa em nossa vida ficam apenas as pessoas que conhecemos, os lugares que visitamos e os livros que lemos. Uma das pessoas que conheci, e que me acolheu, foi a Iara, querida divagadora e idealizadora desse blog Eu não sou assim. Mulher moderna, super feminina, inteligente e prática. Uma diva eclética. Combinamos nas ideias e aperfeiçoamos outras. E com as dicas de leituras dela, meu cardápio literário deu uma diversificada. Ela foi me incluindo em suas coisas, começando por esse blog . Posso resumi-la em uma palavra: inspiradora.

Adorei essa ideia do "não ser" do blog.  Porque atualmente as pessoas querem ser algo que elas mesmas criam, mas infelizmente acabam sempre copiando modelos, transformando as redes sociais num grande espelho artificial. Tudo justificado pela palavra da moda: "Self”. Fazer um selfie é se auto fotografar em várias situações para postar nas redes sociais. Existem selfies encantadores, lindos de viver, mas encontramos selfies bizarros também (pois é, já pesquisei :P).

E eu não sou assim tão “selfeísta”. Não tenho ânimo para postar centenas de fotos minhas. Não quero a imagem. Quero a palavra, e poder contribuir com textos nesse mega universo on-line. Quero mesmo é um pouco de loucura, mesmo que seja só no que escrevo. Já que só o ato de escrever é rebeldia e insanidade nesse tempo de avalanche de imagens.
        
Enfim: 2013 valeu a pena. E 2014 já tomou conta de tudo. A chuvinha de março refresca a alma, dando até vontade de fazer um selfie do tipo #Partiu chuva. Mas a vontade passa rápido...

As obrigações já consomem o meu/o nosso tempo mais precioso, ficando difícil encaixar, na rotina entre o trabalho e outras obrigações, um tempo para fazer tudo o que mais gostamos: ler, escrever, passear, ir ao cinema, namorar, estar no cantinho dos nossos pais. Fofocar e falar de futilidades com as amigas.  

Mas daremos um jeito...


“São as águas de março fechando o verão/ É a promessa de vida no teu coração”



sábado, 25 de janeiro de 2014

Pôr a vida para funcionar

As resoluções de ano novo estão ganhando forma. Já comecei o ano trabalhando, novos e velhos projetos. Mudando o que não faz bem e adicionando o que pode melhorar.

Mantendo a dieta, praticando atividade física, deixando a preguiça pra trás (quase sempre), lendo a todo vapor, vendo os filmes que eu quero e revendo os que me fazem bem (trilogia dos "Antes..."), diminuindo os gastos, abandonando o Facebook.

Está aí o meu tema: abandonando o Facebook. Desde sei lá quando eu ando encucada em como deixei "aquilo" dominar a minha vida e comecei a refletir muito sobre, em dezembro passado eu já estava com muito saco cheio de ter uma vida mais virtual do que real e comecei a me questionar de verdade, sobre quais estavam sendo as consequências disso.

Percebi que deixei muita coisa pra trás e nem me dei conta... Parei! Não vou deletar a conta, mas tirei da minha "barra de favoritos" e deletei do celular, assim ele não está ali me tentando (se eu tiver que digitar, vou pensar duas vezes antes de entrar). Funcionou!

O que mais me incomoda é querer acompanhar o que acontece no mundo por ali, as pessoas comentam como se fossem donas da razão (eu, inclusive! rs). Discussões homéricas surgem, por besteiras que as pessoas sequer discutem quando se encontram pessoalmente, amizadas são abaladas, relacionamentos são destroçados. Vale a pena?

Cheguei à conclusão que, para mim, não mais. Vou pôr minha vida para funcionar!

Já tem reportagem falando disso, saiu no dia que me angustiei muito... rs

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Feliz dias novos!

Já tem alguns anos que eu venho refletindo muito sobre as comemorações de final de ano, toda a hipocrisia e falsidade que elas trazem consigo.

Sou avessa às confraternizações de trabalho de final de ano, por um milhão de motivos. Compareci a pouquíssimas, me arrependi amargamente. Talvez porque não trabalhe no que eu gostaria, as pessoas não compartilham de ideias e ideais, sei lá, mas não tenho um pingo de vontade de confraternizar nada com elas.

Quando me aproximo do final do ano, procuro refletir sobre meus acertos e erros. 2013 foi nada fácil por aqui, ano repleto de erros, coisas pequenas e grandes que me incomodaram profundamente. Erros primários, imbecis e infantis. Espero ter aprendido muito com eles e não tornar a repeti-los, seria burrice extrema!

Mas ainda bem que pessoas lindas (por dentro e por fora) nos salvam de todo o mal, amém! Conheci pessoas que me acrescentaram muito, uma delas também "não é assim", a Elis. Fez meu ano muito menos doloroso do que poderia ter sido, me recebeu de braços abertos num novo emprego. Tornou-se amigona pra todas as horas, têm muitas ideias e ideais parecidos com os meus, um alívio! Afinal, sou adepta do "os iguais se complementam". Não curto "os opostos se atraem".

Terminei meu ano de bem comigo, mas com incômodos que espero que sejam vencidos em 2014, não fiz planos e não farei, não quero terminar o ano frustrada. Mas sei o que devo fazer para realizar meus planos (nenhum a curto prazo). Vivendo um dia de cada vez!

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Sério mesmo?!

Sério mesmo?!

Nunca tive um relacionamento sério. Sério mesmo. E fico besta de ver o tanto de gente que hoje em dia compartilha o status de seriedade no facebook. Parece de brincadeirinha! Eu estou já acreditando que não estamos mais levando a sério o que é estar de verdade envolvido com alguém. Não que eu saiba o que isso realmente significa, porque não sei é de nada... mas, minha gente, eu vejo gente que a cada 3 meses muda de relacionamento como muda de roupa e são todos “sérios”!
Na vida real não funciona assim não. Conheço casos e mais casos de pessoas que postam fotos no maior “love”, que estão de perfil comprometidíssimo e não perdem sequer uma oportunidade de “dar em cima” – ou sei lá se não embaixo – da primeira pessoa bobinha que cair no papo. Não! Sinceramente, não dá mais nem vontade de ser de ninguém!
Já estive envolvida por um bom tempo sem me dizer numa relação séria. Amei demais. Mas não vivia o tempo todo dizendo isso nas redes sociais. Bem verdade que a relação acabou; porque tinha que acabar; porque eu também curtia a companhia de outras pessoas; mas lealdade é tudo! De que serve viver de aparências?! A única vez que caí nessa de comportamento-amoroso-relacionamento-sério fui mais levada na brincadeira do que a sério... nem o relacionamento durou e nem foi sério de verdade!
Então fica aquela vontade apenas de “ser”. Sem comprometer. Porque se é para prometer e não cumprir eu prefiro mesmo é ser sincera: sou de quem estiver comigo; quando estiver comigo; e enquanto estiver. Se for para ser sério, será ali, enquanto durar. É assim que espero. E é assim que será.


terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Mulheres Complicadas

Um dia você acorda e percebe porque falam que nós mulheres somos complicadas.

Depois de alguns (trinta e tantos) anos, alguns relacionamentos, decepções amorosas, trocas de emprego, você começa a sentir falta de algumas coisas que te incomodaram em determinados momentos da vida...

Ontem, um colega (solteirão convicto de trinta e tantos) chegou ao trabalho exibindo seu presente de Natal: uma aliança de compromisso. Conversa vai, conversa vem, ele acabou soltando que aceitou para não fazer desfeita e que possui uma caixinha onde guarda os souvenires (identificação minha) dos relacionamentos anteriores (!). Continuando a conversa, ele analisou que não usava uma aliança há mais de 3 anos.

As mulheres estão tomando a iniciativa de comprarem os pares de aliança, isso não é minha pauta, apenas quero ilustrar o quanto somos complicadas. Quantas de nós esperam ansiosamente pelo ANEL, sem ao menos comentar com o parceiro? Aí depois saímos falando horrores do coitado porque não comprou, talvez tomar as rédeas e surpreender o rapaz seja a solução. TALVEZ...

Outro dia estava me perguntando por que existem homens que nos abraçam para dormir e outros não. Não sou adepta de dormir de conchinha e muito menos enroscada, mas às vezes acontece (e eu gosto). Mas quando um resolve não nos abraçar durante a noite a gente cobra isso dele, então se ele começar a abraçar demais, reclamamos que precisamos de “mais espaço”.


Quando começamos a reclamar dessas coisas, um filme dos relacionamentos anteriores (pontos fortes e fracos) começa a passar pela nossa cabeça e, instintivamente, analisamos os sujeitos imaginando como eles seriam com as qualidades e atitudes de um, de outro, como se pudéssemos “montar” o homem perfeito.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Momento Raskólnikov

Quem me conhece sabe que eu sou muito, mas muito mesmo fã das obras de Dostoiévski. Mas não li o clássico dos clássicos primeiro. "Crime e Castigo" foi o segundo romance do tio Dosto em que me aventurei, e o que mais marcou minha vida literária.

Este ano me rendi à literatura de autoajuda, aos chick-lit e mais algumas coisas não muito literárias (do meu ponto de vista). Mas ao passar por uma situação daquelas que você comete um erro mega-ultra-blaster, me dei conta de que uma das minhas formas de redenção seria voltar a ler o bom e velho, mais sábio de todos, tio Dosto.

Ler Dosto para mim é uma espécie de terapia, aceitação dos meus erros e tornar-me uma pessoa melhor. Nunca os personagens me pareceram tão reais, tão... EU... Dosto nos joga na cara todas as nossas mazelas e nossas esperanças.

Meu momento Raskólnikov se deu com todos os direitos que Dosto permite: a miséria física, econômica (exagero, eu sei!) e emocional me dominaram. As noites mal dormidas, o suor noturno, os pesadelos, o medo das consequências, a necessidade daquela PALAVRA. Um desespero que só poderia ter uma cura: a leitura de outro Dostoiévski!

Ler Dostoiévski me conforta, me mostra que todos os sentimentos que eu tenho são universais, independente dos meus problemas. O ser humano erra, se arrepende e se omite durante toda a vida, para o seu próprio bem e para o bem do outro.

Divagações dos trinta, eu sou assim!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

De repente trinta e todos



E por estar distraída, um dia você completa 39 anos e começa a se questionar de como chegou a ter todas essas dezenas e unidades de vida sem perceber. Se bem que a sua cabeça parou lá nos trinta e cinco, que é um número mais fácil de lembrar. E sempre no momento de preencher fichas em consultórios médicos, você, por viver divagando, começa a fazer as contas para descobrir a idade...
Também começa a omitir a verdadeira idade, não por vergonha ou por complexo. Omite por que há aqueles que ao saber da nossa idade, nos olham com uma cara de “nossa, tudo isso de idade e você é só isso...”, pois esperam que você com 37, 38, 39, seja basicamente estabilizada (rica, na verdade).
Não somos ricas, porém somos muitas coisas: trabalhadoras, donas de casa, cozinheiras, leitoras, escritoras, blogueiras  e palpiteiras de futebol.  Geralmente damos conta de administrar nossas dívidas, de decorar nossa casa, de quitar o carro, de cuidar de nossa maquiagem, unhas e cabelos.  Somos também baladeiras e adoramos viajar. Somos namoradas, esposas e amantes. E muitas são mães (essas são divas e heroínas).  E várias já estão com o segundo marido ou no vigésimo namorado.
Fazemos hidroginástica e yôga, drenagens e limpeza de pele. Voltamos a estudar em cursos, pós-graduação e mestrado, e muitas já mudaram de profissão. Colocamos os filhos e nossos pais em primeiro lugar, o que sempre fica em conflito com carreira e com nosso boyfriend ou marido.
E conciliar tudo isso na agenda é uma luta constante.
Resumindo:
Chegamos aos 39 anos, mas sempre dizemos 33 ou 35.
Às vezes o humor é de 20 ou 50 anos, depende do ciclo hormonal.
E o corpo? Bem, sempre tentamos manter ou voltar ao corpinho de 25 anos, no mínimo.
Filmes favoritos: De repente trinta, romances “fofos” e as produções dos anos 80 (sempre achamos que são as melhores).
Livros favoritos: os clássicos, alguns best-sellers aceitáveis, vários chick-lit e alguns de autoajuda.
Músicas? É claro que rock e pop, principalmente dos anos 80 (gostamos das bandas atuais, mas não nos descabelamos de fanatismo como antigamente).

E o nosso bolso muitas vezes é como se tivéssemos 13 anos, com dinheirinho suficiente para balas e um cachorro-quente.

Mulheres com mais de trinta: imperfeitas, heroínas e complexas demais para caber num post.