terça-feira, 15 de outubro de 2013

Momento Raskólnikov

Quem me conhece sabe que eu sou muito, mas muito mesmo fã das obras de Dostoiévski. Mas não li o clássico dos clássicos primeiro. "Crime e Castigo" foi o segundo romance do tio Dosto em que me aventurei, e o que mais marcou minha vida literária.

Este ano me rendi à literatura de autoajuda, aos chick-lit e mais algumas coisas não muito literárias (do meu ponto de vista). Mas ao passar por uma situação daquelas que você comete um erro mega-ultra-blaster, me dei conta de que uma das minhas formas de redenção seria voltar a ler o bom e velho, mais sábio de todos, tio Dosto.

Ler Dosto para mim é uma espécie de terapia, aceitação dos meus erros e tornar-me uma pessoa melhor. Nunca os personagens me pareceram tão reais, tão... EU... Dosto nos joga na cara todas as nossas mazelas e nossas esperanças.

Meu momento Raskólnikov se deu com todos os direitos que Dosto permite: a miséria física, econômica (exagero, eu sei!) e emocional me dominaram. As noites mal dormidas, o suor noturno, os pesadelos, o medo das consequências, a necessidade daquela PALAVRA. Um desespero que só poderia ter uma cura: a leitura de outro Dostoiévski!

Ler Dostoiévski me conforta, me mostra que todos os sentimentos que eu tenho são universais, independente dos meus problemas. O ser humano erra, se arrepende e se omite durante toda a vida, para o seu próprio bem e para o bem do outro.

Divagações dos trinta, eu sou assim!

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