quinta-feira, 30 de maio de 2013

No automático

Há alguns dias penso em como iniciar este assunto. Tudo porque alguém comentou que havia esquecido de puxar o freio de mão do carro numa descida, e claro, o carro desceu e bateu no carro que estava parado à frente, mas não houve danos.

Lembro que a primeira coisa que eu perguntei foi "Mas como alguém esquece de puxar o freio de mão?", e a pessoa respondeu "simplesmente se esquece."

Depois desse dia, o lance da automatização não saiu mais da minha cabeça.

 Comecei a perceber como o ato de dirigir é automático e se torna instintivo com o tempo (não é disso que este post vai tratar! kkkkkkkkkkk). Durante dias me peguei observando minha direção, como faço tudo sem perceber, especialmente quando estamos acostumadas com o caminho... Sabemos o quanto devemos virar o volante em determinada curva, quando podemos acelerar, frear, ultrapassar os limites de velocidade...

Vivemos no automático. A vida está cada vez mais automática. Sabe as coisas ridículas que são automáticas em minha vida? Ligar o computador quando chego em casa mesmo que eu não vá usá-lo... Ele precisa estar lá, ligado! Já peguei me perguntando por que. Não sei... Juro, não tenho resposta!

Quer mais? Mastigar alguma coisa vendo TV (e ainda bem que ando vendo bem pouco!), ligar o secador na tomada depois do banho, tirar o rímel antes de ir pro banho, passar gloss quando estou saindo pro trabalho...

Pensar nas ações automáticas me fez pensar na automatização dos relacionamentos... É! Vamos abrir as feridas: lembrei de alguns relacionamentos passados em que a companhia começou a ser automática, assim como a forma de se relacionar. Você beija porque tem que beijar, transa porque tem que transar, diz que ama porque tem que dizer.

E eu penso WTF fazemos isso? Comodismo? Medo? Solidão? Sei lá, acho que cada um deve levar consigo um punhadinho de motivos escondidos. Hoje mesmo, lia um artigo pela web que destacava as pessoas que não conseguem ficar sozinhas, aí novamente me lembrei de que deveria escrever este post. Pensei que se elas não conseguem ficar sozinhas é porque também têm isso ligado no automático.

Quando você muda de status suas atitudes mudam, seus pensamentos, seus gostos, tudo se transforma. Afinal, somos seres em construção, e como é difícil nos demolirmos, reconstruirmos,  até alcançarmos o automático de novo, não é?

Mas eu decidi que algumas coisas em minha vida não podem mais voltar pro automático, e que todas as vezes que eu perceber que estão caminhando pra isso, eu vou balançar de leve pra que alguns cacos caiam e eu possa sempre recomeçar. E você, vai viver no automático ou balançar comigo?


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